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Matéria do Jornal Tribuna de Minas sobre o Museu Mariano Procópio. Setembro de 2013.

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Enigma de obra infantojuvenil que se passa no Museu Mariano Procópio desperta curiosidade dos jovens leitores, impedidos de desvendá-lo pessoalmente

Por RENATA DELAGE

“Vamos lá pessoal! O museu reabrirá suas portas amanhã à noite. Ainda temos muito que fazer.” Quando escreveu “O enigma do Museu Mariano Procópio”, Glaucia Lewicki mal poderia imaginar que o museu, de fato, fecharia suas portas, e por tantos anos. Na obra infantojuvenil, lançada em 2007, com selo da Franco Editora e apoio da Lei Murilo Mendes – hoje na terceira edição -, a instituição passa por uma revitalização. “Revitalizar, Juliana, é dar vida novamente”, explica, no livro, a museóloga responsável pela missão da filha caçula. No ano seguinte ao lançamento, os visitantes já não mais possuíam acesso aos cenários que compõem a história e ao acervo que vai sendo desvendado em meio aos mistérios da trama.

“Depois que lancei o livro, não pude mais visitar o museu, pois logo estava fechado”, conta a autora, que é de Niterói e esteve ontem em Juiz de Fora para visitar escolas que adotaram a obra – além de

Visita ao Colégio Academia, em Juiz de Fora (MG). Setembro de 2013. Foto para matéria do Tribuna de Minas.

Visita ao Colégio Academia, em Juiz de Fora (MG). Setembro de 2013. Foto para matéria do Tribuna de Minas.

outros títulos de sua autoria -, como a Academia de Comércio. Os encontros com as turmas são sempre repletos de perguntas e curiosidade. “Alguns temas abordados acabam preparando-os para receber um conteúdo que ainda não foi estudado”, observa Glaucia.

Em “O enigma do Museu Mariano Procópio”, Juliana – apelidada de Jujuba -, ao lado dos irmãos, Camila, Hugo e Tadeu, acompanha a mãe na finalização dos trabalhos de revitalização. Brincando pelos jardins do museu, as crianças recebem das musas gregas uma missão: localizar um poderoso objeto, oculto no local sob a forma de enigmas, cobiçado há séculos pela maligna Confraria das Sombras. Ao seguir suas aventuras, os leitores conhecem personagens e objetos históricos, mergulham na mitologia grega e em acontecimentos marcantes da América Latina e do Brasil.

O título é o primeiro da série composta por quatro livros, que vai ainda ao Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, ao Catetinho, em Brasília, e ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Neste último, o que deve ser encontrado e protegido, contudo, não é um objeto, mas um patrimônio imaterial: a língua portuguesa. “Existem várias formas de manifestação do nosso patrimônio, assim como de sua preservação. A história, a literatura, as artes têm o poder de envolver e cativar os leitores”, destaca a escritora.

Aguçando interesses

“Como seria interessante se possuíssemos nosso ‘tíquete do tempo’… Poderíamos nos transportar para outros tempos e espaços. Conheceríamos Alfredo Ferreira Lage, o grande colecionador que fundou o Museu Mariano Procópio. Poderíamos escutar a Princesa Isabel tocando piano na Villa. Ou mesmo espiar D. Pedro II escrevendo seu diário sobre sua viagem por Juiz de Fora. Ver o entra e sai dos empregados, a chegada de convidados e peças maravilhosas vindas de todos os cantos do mundo…”, divagou o então diretor-superintendente da fundação, Mello Reis, no prefácio da obra.

Visita ao Colégio Academia, em Juiz de Fora (MG). Setembro de 2013. Foto para matéria do Tribuna de Minas.

A ideia de desenvolver uma trama que se desenrola nos domínios do Museu Mariano Procópio foi uma sugestão da editora local, que publicou o primeiro livro de Glaucia, em 2003, “Coelhos na cartola”. “Em uma vinda à cidade para uma rodada de visitas às escolas, passamos próximo ao museu, e o editor propôs que eu escrevesse uma história de mistério que se passasse ali. Como gosto de museus e histórias de detetive, adorei a ideia.” A autora já aproveitou a oportunidade para visitar as instalações, conhecer o acervo exposto e os jardins, além de coletar informações com os funcionários. Logo foram iniciadas as pesquisas que embasariam a história.

Glaucia destaca como é válida a experiência de poder levar os alunos para uma visita ao local onde a história lida é ambientada, lembrando que praticamente todos os leitores de sua obra nunca estiveram no Mariano Procópio, ou, se já o visitaram, eram muito pequenos para se recordar. “Ao mesmo tempo em que se interessam pelos objetos históricos expostos, lembram a todo tempo dos personagens, das passagens do livro, ficam sempre muito empolgados em conhecer mais”, pontua a autora. “Tais histórias são escritas para despertar o interesse das crianças e dos jovens por esses locais e sua história, e é uma pena que eles não possam vivenciar essa curiosidade”, lamenta.

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